Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se iludiram com a tripla absolvição em processos no TSE na última terça-feira (17).
A avaliação é que a suposta benevolência da corte foi uma cortina de fumaça para redobrar a carga numa das próximas ações, relativa à participação dele nas comemorações do 7 de Setembro do ano passado. Bolsonaro é acusado de uso da máquina ao participar de atos como presidente e candidato na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Por esse raciocínio, a corte estaria apenas posando de moderada agora para dar uma satisfação aos bolsonaristas e não ser acusada de parcial. O ex-presidente foi absolvido em processos que apontavam o uso de lives e recebimento de apoios eleitorais no Palácio da Alvorada.
Causou estranhamento também entre bolsonaristas o voto dos ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, ambos da cota dos “juristas” do TSE. Eles foram os únicos a votar contra o arquivamento de dois processos de Bolsonaro.
A desconfiança no entorno do ex-presidente é que tenham servido como “prepostos” do presidente da corte, Alexandre de Moraes, a quem são ligados, para que a vitória de Bolsonaro não fosse completa.