O advogado Fernando Santos, que defende a pesquisadora Samantha Vitena, expulsa de voo da Gol que ia de Salvador a São Paulo na última sexta-feira (28), afirmou que avalia opções legais para a passageira ser reparada. “Samantha teve seus direitos constitucionais violados de uma forma repugnante. As imagens mostram o quão nítida foi essa lesão”, declara Santos.
Dentre as alternativas estão processar a companhia aérea, com pedido de indenização por danos morais. Também há possibilidade de representação por medidas administrativas contra os policiais federais que, para Santos, cometeram abuso de autoridade ao abordar Vitena.
Para o defensor, o debate racial será primordial em todo o processo, porque o fato de Samantha ser uma mulher negra agravou o tratamento a ela dado. “Ela queria somente acomodar sua mochila e foi considerada perturbadora da paz e retirada do local. Não é honesto analisar esses fatos desprezando a perspectiva racial.”
A expulsão da pesquisadora se deu após discussão sobre despacho de bagagem de mão. A Gol afirma que a cliente não aceitou colocar seus pertences “nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo”. Já Samantha argumenta que não poderia despachar a mochila porque levava um laptop.