Os principais candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara devem intensificar a sua atuação, na volta do recesso legislativo, buscando parlamentares, líderes e membros do governo Lula (PT) para se consolidar na disputa. A eleição será em fevereiro do próximo ano, mas o tema já mobiliza a Câmara.
Lira não pode concorrer à reeleição e pretende transferir o capital político que tem a um sucessor. Líderes e deputados ouvidos pela Folha afirmam que, nos bastidores, as indicações de vice-presidentes da Caixa Econômica Federal fazem parte da estratégia dele para agregar apoio em torno de um nome de sua escolha.
Em entrevista à Folha em setembro, Lira reconheceu que as indicações políticas para as 12 vice-presidências do banco passariam por ele. Em janeiro, o Conselho de Administração da Caixa aprovou o nome de seis novos vice-presidentes e indicou a aprovação de um sétimo, atendendo a indicações de PP, PL, Republicanos e PDT.
Apesar de nas conversas com aliados Lira não ter indicado quem será o seu candidato, há uma avaliação de que dois nomes estão mais fortes na disputa pelo seu apoio: o líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Segundo relatos, Lira tem afirmado a eles que apoiará quem se viabilizar na disputa.
Há ainda dois líderes que correm por fora como possíveis alternativas. O do PSD, Antonio Brito (BA), e o do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL). Ambos têm cortejado o governo federal.
De acordo com interlocutores, Elmar e Pereira firmaram um acordo. Quando a eleição estiver mais perto, apenas um seguirá na corrida, no caso, o que tiver conseguido mais endosso entre os colegas.
No contexto de ampliar apoio em torno das eleições, Elmar deverá levar um grupo de cerca de 80 deputados ao Carnaval da Bahia, com acesso aos camarotes em Salvador. O líder da União Brasil costuma organizar esse tipo de viagem anualmente.
De acordo com relatos, Elmar fez chegar ao governo federal que um apoio ao seu nome pode ter mais relevância agora do que quando a disputa já estiver definida. Ainda segundo aliados, ele afirmou que quer o apoio do Executivo, mas que não irá esperar isso. Neste momento a decisão de Elmar é de extrema importância para acalmar os parlamentares.