Nesta quarta-feira (08), de janeiro de 2025, o ex-prefeito de Eunápolis, Demétrio Guerrieri Neto protocolou uma representação no Ministério Público do Estado da Bahia, denunciando o atual Prefeito Municipal de Eunápolis, Robério Batista de Oliveira, por práticas de intimidação e perseguição política a servidores públicos municipais. A denúncia se baseia em eventos ocorridos durante a cerimônia de posse do prefeito, em 01 de janeiro de 2025, onde um grupo de apoiadores, uniformizados com camisas azuis, fez ameaças a aqueles que não o apoiaram nas eleições.
De acordo com a representação, durante a posse, o grupo, identificado como “Bloco Sem Traíras”, proferiu palavras de ordem ameaçadoras, insinuando represálias contra servidores que não manifestaram apoio ao prefeito. A situação foi descrita como um ambiente de intimidação que se estendeu para dentro da Prefeitura, onde os membros do grupo, liderados por um conhecido correligionário do prefeito, passaram a frequentar os gabinetes e setores, proferindo ameaças e criando um clima de medo entre os servidores.
Os relatos de Demétrio apontam que as ameaças incluem frases como “os traíras não ficarão” e “vão ver o que vai acontecer com eles”, reforçando a ideia de que a administração atual busca retaliar aqueles que não se aliaram ao novo governo. Os servidores, segundo a denúncia, estão amedrontados e hesitam em denunciar os abusos por medo de represálias.
A representação não apenas denuncia a conduta do prefeito, mas também aponta a omissão de Robério Batista de Oliveira em coibir tais práticas, configurando, segundo o autor, improbidade administrativa e possíveis crimes contra a administração pública, como prevaricação e ameaça. Além disso, a denúncia destaca a possibilidade de assédio moral, devido ao tratamento vexatório e constrangedor a que os servidores estão sendo submetidos.
Demétrio Guerrieri solicita ao Ministério Público a instauração de um Inquérito Civil Público para investigar as práticas citadas, além do ajuizamento de Ação Civil Pública para responsabilizar o Município pelos danos morais coletivos causados aos servidores. A representação ainda pede a expedição de recomendações para que o prefeito adote medidas que garantam a integridade física e psíquica dos servidores, coibindo atos de intimidação.
A situação em Eunápolis levanta questões sérias sobre a ética na administração pública e a proteção dos direitos dos servidores, em um momento em que a política local se mostra conturbada e marcada por práticas que ameaçam a moralidade e a impessoalidade exigidas pela gestão pública.