Três semanas após o episódio em que um policial militar em surto atirou contra colegas e foi morto no revide, no Farol da Barra, a Polícia Militar anuncia a implantação de uma avaliação psicológica preventiva para todos os agentes que farão cursos de formação. A medida foi anunciada em transmissão ao vivo no Youtube, na manhã desta terça-feira (20).
“Será como se fosse uma condição sine qua non para que eles frequentem com o objetivo de a gente fazer uma avaliação progressiva de nossa tropa e sempre com o objetivo de esse ano ainda a gente atingir 2.300 policiais que serão atendidos dessa forma”, disse o comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho.
O comandante não fez menção ao caso do soldado morto no Farol da Barra, mas a criação de um projeto do tipo vem sendo reivindicada por militares que apontam os impactos do trabalho na saúde mental deles, especialmente com o agravante da pandemia.
MORTE DE SOLDADO
O soldado em questão é Wesley Góes, lotado na 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Ilhéus). Ele morreu no dia 28 de fevereiro após ser baleado em confronto com agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no Farol da Barra.
Horas antes, fardado, armado com um fuzil e com o rosto pintado nas cores da bandeira do Brasil, Góes disparou tiros para cima. Na sequência, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), os agentes do Bope isolaram a área e passaram cerca de 3h30 tentando negociar com ele até que o PM atirou contra a guarnição, que revidou, e ele não resistiu aos ferimentos.