O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Cledson Conceição, argumentou que a tropa teve que reagir “para evitar que um mal maior ocorra”, ao justificar os tiros disparados contra o PM Wesley Góes, que protagonizou um “surto psicológico” na Barra, em Salvador, neste domingo (28). “Apesar do isolamento, nossa contenção, quando ele [Wesley] efetuou vários disparos, poderia ter acontecido um mal maior, tanto com os policiais, tanto com a imprensa, tanto com transeuntes. Infelizmente o resultado foi aquele”, disse o comandante do Bope em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (29).
Segundo o major, que foi o responsável pela operação, num primeiro momento, foi utilizada a arma de borracha, mas quando e quando Wesley caiu no chão e continuou atirando outra arma foi utilizada.
“É preciso entender o seguinte: a partir do momento que inicia o processo de violência contra o policial militar que está na situação, aquele processo de violência tem que ser cessado e para isso tem que ter uma resposta altura para não ter desdobramentos piores do que o caso estava exigindo”, justificou. “Nós utilizamos todos os recursos para preservar a vida e aplicar a lei. Infelizmente, o resultado foi aquilo”, disse.
A dificuldade de gerenciar momentos de crise foi destacada pelo major. “As técnicas que os nossos negociadores utilizam é procurar a todo instante trazer o causador do evento crítico para a realidade”. Em seguida ele explicou que existem três tipos de causador do evento crítico: o criminoso comum, o terrorista e o mentalmente perturbado, considerado “um dos mais difíceis casos pra tentar estabelecer essa conversa.
“Nesses casos do provocador de evento crítico mentalmente perturbado existem picos de lucidez e picos de loucura, então assim, em determinado momento, quando o negociador chamava a atenção dele, ele voltava para o negociador e já imediatamente ele já se desconectava”, disse ao destacar a dificuldade da negociação ocorrida no Farol da Barra no domingo.