O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu, em média, 2,7% esta semana, para R$ 3,823 por litro, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). No acumulado do ano, a redução já chega a 16%.
A queda reflete a sequencia de cortes nos preços de refinaria promovidos pela Petrobras após o início da pandemia. Esta semana, porém, a estatal decidiu aumentar em 12% os preços, acompanhando recuperação do mercado internacional e a alta do dólar.
Foi o primeiro reajuste positivo desde o início da pandemia, que derrubou as cotações internacionais do petróleo. Com onze cortes antes do reajuste desta quinta, o preço do produto nas refinarias ainda acumula queda de 50% no ano.
De acordo com a ANP, o preço do diesel caiu 3,93% na semana, para R$ 3,077 por litro, em média, no país. Nas refinarias, o produto acumula queda de 38% no ano. Não houve alteração no valor de venda pela estatal esta semana.
A queda dos preços dos combustíveis levou o IPCA, o índice oficial de inflação do país, a fechar abril com deflação de 0,31%, a maior desde 1998.
A ANP ainda não detectou, porém, queda no preço do botijão de gás, que foi vendido em média a R$ 69,65 esta semana, mesmo que a Petrobras já tenha cortado o preço do gás de cozinha nas refinarias em 21% este ano. Os dados não mostram redução nem no preço das distribuidoras nem na margem de lucro dos revendedores.
O consumo de gás de cozinha subiu 12% após o início das medidas de isolamento, que levaram os brasileiros a realizar mais refeições em casa. Com o aumento das vendas, houve dificuldades de entrega em diversos estados e a Petrobras decidiu intensificar as importações do produto.
Já as vendas de outros combustíveis caíram, o que vem gerando dificuldades na gestão do parque de refino da Petrobras, já que o gás de cozinha é produzido nas mesmas unidades que produzem gasolina. Isto é, para aumentar a oferta do primeiro, precisa produzir mais a segunda.